A Varig foi uma das primeiras companhias aéreas do Brasil, tendo sido fundada em 7 de maio de 1927 na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul) sob o nome Viação Aérea Rio Grandense pelo alemão Otto Ernst Meyer.
Entre as décadas de 1950 e 1970, a empresa era uma das maiores e mais conhecidas companhias aéreas privadas do mundo, concorrendo até mesmo com a inigualável PanAm.
Em 20 de julho de 2006, após ter entrado no processo de recuperação judicial, teve sua parte estrutural e financeiramente boa isolada e vendida para a Varig Logística S.A. através da constituição da razão social VRG Linhas Aéreas S.A., a qual, em 09 de abril de 2007, foi cedida para a Gol Linhas Aéreas.
- Os primeiros pilotos da Varig eram todos alemães.
- 427 aeronaves foram operados entre 1927 e 2006.
- Foi a primeira empresa a operar jatos no Brasil com um Caravelle matriculado PP-VJC na rota Rio-Nova Iorque.
- Os Boeing 707 foram os aviões que voaram por mais tempo na empresa e com a incorporação da Real Aerovias e da Panair do Brasil, a Varig herdou três Convairs 990 Coronado e dois Douglas DC-8. A Varig passou a ser a única empresa aérea no mundo a operar os três jatos concorrentes americanos.
- Ocorreram sete acidentes com perda total, cinco deles fatais. As aeronaves vitimadas foras PP-VJB, VJR, VLJ, VJZ, VLU, VJT, VJK. Destaque para o PP-VJZ, que se acidentou no voo Varig 820, o pior acidente da história da Varig e o PP-VLU, que desapareceu no Pacífico sem deixar rastros, permanecendo até hoje o maior mistério da aviação comercial.
- Os DC-10-30 da Varig foram os primeiros jatos de fuselagem larga na aviação brasileira. Eles substituíram os 707 e integraram nas rotas para a África, Europa, Japão e Estados Unidos.
- Os 767 foram os aviões de maior importância na história da Varig. Eles conseguiam voar para Europa e América do Norte sem escalas em com baixo custo de operação. Foram também os aviões que operaram com mais esquemas de pintura, desde o adotado em 1950 com a chegada dos DC-3, até o operado atualmente. No total foram cinco, os dois citados mais as cores de 1997, com a cauda azul e a estrela amarela, as de 2004, com o nome Varig em destaque na fuselagem e o esquema utilizado pela Varig antes do novo instalado pela GOL, o mesmo das cores de 2005 porém com a barriga branca. Os aviões também operaram com um os esquemas da Star Alliance (cauda branca) e o da Copa do mundo de 2002.
- Os Boeing 737-300 foram as aeronaves operadas em maior número. Ao todo foram 47 aeronaves.
- A Varig chegou a operar dois 737-800, com função de substituir os 737-300. Matriculados PP-VSA/VSB operaram apenas por quatro anos, e voam hoje na GOL, sob matrículas PR-GIO/GIP.
- Os MD-11 voaram por todas as rotas para da América do Sul, revezando com o 767 apenas na rota para Madri e de Lisboa. A Varig foi a maior operadora mundial do MD-11 na versão de passageiros com 26 Aeronaves.
- A Varig conquistou o título de melhor pintura aérea do mundo. Consistia em duas cores: o azul e o branco, junto com sua famosa estrela (rosa-dos-ventos) no estabilizador vertical.
- A Varig transportou inúmeras celebridades, incluindo jogadores da Seleção Brasileira de Futebol, presidentes de várias nações, seleções de futebol e artistas. Alguns momentos marcantes na história da empresa foram a visita do Papa João Paulo II a um DC-10 da Varig em 1980, o transporte do corpo do piloto Ayrton Senna da Itália para o Brasil, a chegada da seleção brasileira de futebol tetracampeã no espaço aéreo de Brasília em 1994 com o DC-10-30 com pintura comemorativa da seleção escoltado por jatos da Força Aérea Brasileira, seguida do taxiamento da aeronave com o jogador Romário empunhando a bandeira brasileira na janela da cabine de comando.
- A Varig teve participação ativa na construção da Capital Federal. Inúmeros voos cargueiros da empresa transportaram milhares de toneladas de material até a então remota região do Planalto Central, materiais esses empregados nas centenas de obras em andamento.
- Todos os voos da Varig para o Japão faziam escala em Los Angeles, tornando-a a companhia brasileira mais conhecida entre os passageiros japoneses e norte-americanos.
- A Varig transportou todos os presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas até Fernando Henrique Cardoso.
- Durante os anos áureos da empresa, seus escritórios de reservas e atendimento aos passageiros e clientes no exterior eram considerados verdadeiros consulados extraoficiais do país, pois prestavam os mais variados serviços de apoio e forneciam inúmeras informações ao público brasileiro em viagem. Além da excelência no atendimento, essas lojas também eram famosas pelo seu requinte e localização privilegiada como a de Paris que ficava em plena Avenida Champs-Élysées e a de New York que ficava instalada no Rockefeller Center.
- O serviço de bordo sempre primou pelo requinte, conforme padrão idealizado por Helio Schmidt. Na Primeira Classe, era servido caviar. Nos estertores da Varig, revelou-se que a iguaria era desviada e revendida por um quinto do preço original. Em entrevista ao Jornal do Brasil, o socialite Bruno Chateaubriand declarou que só fazia festas com o "caviar da Varig", que custava à empresa R$ 6 milhões ao ano.
- A antiga Varig Engenharia e Manutenção, atual TAP Engenharia e Manutenção, foi reconhecida pelo seu alto padrão técnico, tendo prestado serviços para diversas outras empresas nacionais e internacionais. Os dois principais parques de manutenção estão localizados na cidade do Rio de Janeiro, onde está o maior hangar da América Latina (assim como maior vão livre coberto da América Latina) e em Porto Alegre.
- Quando operou os Boeing 777, a Varig matriculou as aeronaves com prefixos PP-VR*. Algumas aeronaves assim registradas foram carinhosamente apelidadas, como registrado com o PP-VRC "Roberto Carlos" e PP-VRD "Regina Duarte". Contudo, os aviões PP-VRA foi oficialmente batizado como Otto Ernst Meyer, enquanto o PP-VRB foi batizado como Ruben Berta.
Acidentes e incidentes
A Varig teve uma série de acidentes ao longo de sua história, os quatro mais famosos foram:
- 11 de julho de 1973, voo 820 próximo a Paris, França: Um Boeing 707 fez um pouso forçado devido a fogo num toalete, com 123 mortes, entre eles viajava Filinto Müller, ex-chefe da polícia política de Getúlio Vargas; o cantor Agostinho dos Santos; a socialite Regina Léclery. Os poucos sobreviventes eram tripulantes, que correram para a cabine de comando, além de um único passageiro;
- 30 de janeiro de 1979, Boeing 707-323 Cargo prefixo PP-VLU: Sob o comando do mesmo comandante do voo 820 de Paris (um dos poucos sobreviventes), o avião desapareceu sobre o Oceano Pacífico cerca de trinta minutos após a decolagem em Tóquio. Nenhum sinal da queda (destroços ou corpos) jamais foi encontrado. O voo de carga transportava, entre outros itens, 153 quadros do pintor Manabu Mabe, que voltavam de uma exposição no Japão. As pinturas foram avaliadas na época em mais de US$ 1,24 milhões. É conhecido por ser um dos maiores mistérios da história da aviação até os dias de hoje;
- 02 de janeiro de 1987, o voo 797 entre Abidjan e o Rio de Janeiro operado pelo Boeing 707 caiu quando tentava regressar ao Aeroporto africano com problemas em um dos motores. Dos 51 ocupantes somente 1 sobreviveu;
- 03 de setembro de 1989, voo 254 próximo a São José do Xingu, Brasil: erro de navegação do comandante Garcez e do co-piloto Zille fez com que o avião, um Boeing 737-200, vagasse sobre a Amazônia até que o combustível terminasse, obrigando-os a um pouso forçado noturno na selva. Doze dos 48 passageiros morreram no acidente. Os sobreviventes foram forçados a buscar ajuda antes de serem descobertos dois dias depois.
Postado originalmente no Férias do Clark.
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