10 momentos históricos que transformaram o mundo - Parte I

O ser humano com características físicas parecidas com a nossa,  inclusive quanto ao tamanho e formato do cérebro, surgiu há cerca de 30  mil anos. Desde aqueles tempos pré-históricos, o homem começou a  inventar, descobrir e realizar coisas que foram transformando a vida sob  a face da Terra. Alguém inventou as ferramentas que eram de paus e  depois de pedras (época da “idade das pedras”), o que significou uma  grande transformação para aquelas diminutas populações. Em algum  momento, eles inventaram a fala, que foi outro acontecimento que mudou o  destino do ser humano.

Foi também na época pré-histórica que o ser humano criou a arte, com suas esculturas e pinturas, ainda que não soubesse que aquilo era "arte" e ela não tivesse o significado e a função atuais. Um outro acontecimento pré-histórico importante foi a invenção da agricultura há cerca de dez mil anos.    

Com o passar dos séculos o homem evoluiu para uma vida em sociedade e civilizada, que se tornou cada vez mais complexa. No decorrer dessa trajetória alguns momentos históricos foram fundamentais para transformar os destinos da humanidade. Confira dez desses momentos que mudaram o mundo e que lhe deram a cara que ele tem atualmente.

 A invenção da escrita

Na Mesopotâmia e no antigo Egito, há cerca de cinco mil anos, surgiu a escrita, uma forma de comunicação que praticamente separou a pré-História da História. Os sumérios e os egípcios foram os primeiros povos a desenvolverem códigos que permitiram registrar os acontecimentos de sua época, o cotidiano da população, os atos administrativos, a religião. Muito do que sabemos hoje do passado da civilização se deve à invenção da escrita. As primeiras formas dela foram a cuneiforme, dos sumérios, e os hieróglifos e a escrita demótica dos antigos egípcios.

Cerca de dois milênios depois, os fenícios, um povo comerciante que percorria o Mediterrâneo comprando, vendendo e trocando mercadorias, desenvolveram uma escrita que baseava-se em 26 caracteres que possibilitavam escrever todas as palavras existentes, e as que ainda seriam inventadas, em todas as línguas do mundo. Bem mais fácil e prático do que as escritas dos sumérios e dos egípcios, o código dos fenícios permitiu que a escrita se espalhasse pelo mundo.

Placa com hieróglifos, a escrita dos antigos egípcios


A crença num só Deus

Durante milênios as civilizações antigas veneravam vários deuses. Egípcios, babilônios, gregos, escandinavos, bretões e romanos eram politeístas e suas divindades normalmente antropomorfas, com características similares a dos seres humanos. Há pouco menos de quatro mil anos, tribos localizadas entre o Egito e a Mesopotâmia em vez de idolatrarem várias divindades rezavam para um único deus. Segundo esse povo esse deus era mais poderoso e majestoso do que todos os outros e responsável pela criação de tudo que existia. Boa parte das histórias sobre esse povo encontra-se no Antigo Testamento, na Bíblia, e sua ideia de um deus único e invencível seria compartilhada pelas duas maiores e mais influentes tradições religiosas que se estabeleceriam no mundo: a judaico-cristã e a muçulmana.



O nascimento da filosofia

Entre seis e quatro séculos antes do nascimento de Jesus Cristo, vieram ao mundo homens que só com o ato de pensar mudaram o destino da civilização. Três deles praticamente inventaram e desenvolveram uma forma de raciocinar que fundaria a civilização ocidental: Sócrates, Platão e Aristóteles formaram o triunvirato que nos deu a filosofia, um modo de raciocínio baseado em argumentações e contra-argumentações. Na Grécia antiga, particularmente na cidade-estado de Atenas, esses três filósofos iniciaram a tradição de tentar compreender o mundo racionalmente, ato que estabeleceu os fundamentos da lógica e do pensamento científico. O método filosófico desenvolvido por Sócrates e Platão, e depois levado a um outro patamar por Aristóteles, resultava no desenvolvimento de novas visões sobre os assuntos em discussão, na busca por verdades universais. 

Escultura de Sócrates

A ascensão do Império Romano

Gregos, egípcios, judeus e fenícios já eram culturas antigas quando no século 3 a.C. Roma começou sua expansão. Povo ligado aos seus bens , perseverantes em relação aos seus objetivos e fiéis em relação as suas leis, os romanos tornaram-se guerreiros obstinados e fizeram de Roma uma cidade poderosa. Suas legiões de soldados eram temidas e à medida que venciam guerras e conquistavam regiões ricas e importantes como a Sicília, Cartago e a Gália, os romanos tornavam-se cada vez mais audaciosos.

No século 1 a.C., Roma já era um Império, senhora absoluta do mundo ocidental. Com seus construtores admiráveis formou uma rede de estradas, aquedutos e construções fabulosas. Suas leis, sistemas administrativos e sua arte formaram um legado cultural que influenciou várias civilizações por séculos.

Antiga estrada romana
As grandes invasões

No século 4, o Império Romano era tão grande que tomar conta das suas fronteiras era uma preocupação constante e isso tinha de ser feito por exércitos cheio de tropas estrangeiras. Além disso, excluindo os cidadãos romanos, a maior parte da população era de escravos, os pesados tributos levavam a rebeliões, as epidemias de peste e a miséria dizimavam populações e o cristianismo conquistava cada vez mais adeptos que se recusavam a obedecer o imperador. O enfraquecimento do Império o tornou um alvo para povos sob seu domínio, como os germanos, como também para hordas de guerreiros vindas do Oriente, como os hunos. A queda do Império Romano levou a uma época de medo e insegurança, com as guerras constantes e a pilhagem das cidades. As incertezas levaram ao temor da feitiçaria e de demônios, e o cristianismo avançou como uma salvação. As populações migraram para o campo, levadas pelos nobres, e as cidades perderam importância. A economia passou a basear-se na troca e surgiu um sistema econômico feudal. Durante séculos o mundo ocidental mergulhou na escuridão da ignorância e da superstição. 

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