10 momentos históricos que transformaram o mundo - Parte II (Final)

Dando continuidade a esta postagem, eis a parte final.


O nascimento da burguesia

Num período chamado de Baixa Idade Média, que começou no século 11, os comerciantes e artesãos que viviam nas cidades, que na maioria eram poucas, pequenas e com ruazinhas tortuosas, cansaram de viver a mercê dos senhores feudais. Como tinham dinheiro constituíram exércitos próprios e transformaram suas cidades em fortalezas. Esses habitantes das cidades, ou “burgos”, que ganhavam dinheiro e poder foram chamados de burgueses e passaram a não compartilhar mais dos valores que predominavam na Idade Média. O surgimento da burguesia e sua aliança política-econômica com monarcas resultou no fim da economia feudal e no surgimento do mercantilismo, no fortalecimento dos Estados nacionais, no início da era das grandes navegações e do colonialismo e na construção de uma nova consciência que prezava a liberdade de pensamento e que resultou num período artístico e comercialmente rico, denominado de Renascença.



O Iluminismo

O movimento de livre pensar  e de ressurgimento do comércio na Renascença, no século 15, e que marcou o início da Idade Moderna atingiu seu apogeu com o Iluminismo. O movimento iluminista surgiu na Europa entre os séculos 17 e 18. Nesse período impressionantes transformações e desenvolvimentos ocorreram na filosofia, nas artes, nas ciências e na política. Na base da ideia iluminista estava considerar a lógica e a razão como os principais instrumentos para o homem conhecer o universo e aprimorar suas condições de vida. Foi uma época em que o principal objetivo do uso da razão foi dar ao ser humano conhecimento, liberdade e felicidade. Durante os cerca de duzentos anos do período iluminista, o homem pesquisou e descobriu mais coisas do que nos dois mil anos anteriores. A filosofia das Luzes, como era chamada por iluminar o período de “trevas” anterior, principalmente da Idade Média, tinha três princípios fundamentais: a tolerância, a razão e a benevolência.


Voltaire foi um dos principais pensadores iluministas


A Revolução Francesa

Na segunda metade do século 18, os ideais iluministas estavam por toda parte. O sucesso dos norte-americanos em sua guerra pela independência (1775-1783) inspirou em várias partes do mundo o anseio por liberdade, igualdade e fraternidade e estimulou os sentimentos antimonarquistas. Na França, a caótica situação do país levou a uma violenta revolução que iniciou-se em 1789 e que consagraria os princípios iluministas através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Inspirado na Declaração de Independência dos Estados Unidos da América a base dela era o princípio de que todos os homens eram iguais e deveriam ser tratados de maneira igual diante da lei.

Nas décadas seguintes as ideias da Revolução Francesa espalharam-se pela Europa e depois pelo mundo, levando à consagração da república como novo modelo de governo e ao fim das nobrezas, substituídas pela burguesia.

Queda da Bastilha


A Revolução Industrial

Desde Galileu Galilei muitos pensadores e cientistas defendiam a ideia de que tudo na natureza podia ser observado sob um ângulo racional e matemático. Isso não era só um dos princípios mais importantes do Iluminismo como também possibilitou ao ser humano entender e explorar as energias naturais. Ao compreender, dominar e colocar essas energias a seu serviço o homem iniciou uma revolução sem precedentes, uma mudança que colocava essas forças como substitutas do trabalho humano.

Na segunda metade do século 18 iniciou-se uma era de descobertas e invenções que remodelou cultural e economicamente as sociedades. A essas mudanças deu-se o nome de Revolução Industrial, um processo que estabeleceu as bases para um novo modelo de civilização. Saía a economia agrária e artesanal e passava a predominar uma baseada em máquinas e na produção industrial. A Revolução Industrial começou na Inglaterra a partir de uma sucessão de inventos mecânicos que possibilitaram dar ganhos de produtividade nunca antes imaginados ao trabalho humano. Uma transformação que  provocou impactos socioeconômicos e culturais e que consolidou a burguesia urbana como a nova classe dirigente.



As Duas Grandes Guerras

Desde a Revolução Industrial, as principais potências do mundo, em busca de mercados para suas crescentes produções, partilharam o planeta, com suas colônias e áreas de influência. No começo do século 20 esse modelo esgotou-se e os países ricos temerosos uns dos outros constituíram exércitos fortes. Mas o desejo expansionista fez com que um incidente na Áustria na primavera de 1914 servisse de pretexto para aquele país declarar guerra contra a Sérvia. A Rússia tomou partido dos sérvios temendo a aproximação do exército austríaco de suas fronteiras e a Alemanha aliou-se à Áustria. A partir daí vários países europeus se envolveram e um conflito sanguinário - a Primeira Guerra Mundial - estendeu-se por mais de quatro anos com quase 20 milhões de mortos. A participação da Rússia na guerra foi um dos motivos para a revolução bolchevique que levou ao surgimento da União das Repúblicas Socialista Soviéticas.

O fim do conflito deixou entre outros legados uma situação de miséria e humilhação nas duas principais nações derrotadas: Áustria e Alemanha. Essa situação alimentaria a intolerância, a revolta e um perigoso nacionalismo nos anos seguintes. No fim da década de 1930, o povo alemão mergulhado na miséria e no desemprego foi levado a uma nova guerra. Essa Segunda Guerra Mundial teve de um lado países com governos autoritários, como Alemanha, Itália e Japão, e do outro países democráticos, como França, Inglaterra e Estados Unidos. Os conflitos desenrolaram-se de 1939 a 1945 e provocaram a morte de cerca de 70 milhões de pessoas. Ao final da guerra, emergiram duas superpotências com dois sistemas econômicos e políticos opostos: os Estados Unidos, com sua democracia liberal, e a União Soviética, com seu modelo de socialismo.


Fonte: How Stuff Works

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