20 curiosidades sobre as copas (parte II - final)

11. Um dia infernal para os narradores (1986)

Inglaterra x Marrocos se enfrentavam na Copa de 86, e tudo corria tranquilo, apesar do 0 x 0 no placar. Aos 31 minutos do 2o tempo, o técnico inglês Bobby Robson resolve tirar Mark Hateley e colocar Gary Stevens, camisa 15, em campo. Tudo certo se não fosse um detalhe: o camisa 2 da Inglaterra, que havia começado o jogo e estava em campo, se chamava… Gary Stevens. Ambos defensores, mas um jogava no Everton, e o outro no Tottenham. Tá certo que nos jogos da Coréia, a profusão de Kims e Parks é grande, mas nome e sobrenome iguais foi a primeira vez. Imagino como os narradores devem ter adorado a situação.


12. A regra é clara? (1974)

A seleção do Zaire (atual República Democrática do Congo) foi à Copa de 74 para ser o saco de pancadas. Em jogo contra a Iugoslávia, levou de 9 x 0.

Contra o Brasil, na última rodada do grupo, um jogador mostrou o quão inocente e despreparada era aquela seleção. O Brasil tinha uma cobrança de falta; assim que o juiz apitou, o jogador Mwepu simplesmente correu para a bola e chutou para longe, antes que um brasileiro tocasse na bola. Recebeu cartão amarelo e ainda questionou o juiz. Claro: se ele tinha apitado, qualquer um podia chutar!



13. Histórias das eliminatórias (1970, 1990, 1994, 2010)

As eliminatórias da Copa guardam histórias pitorescas e dramáticas. Os jogos entre Honduras e El Salvador, valendo classificação para a Copa de 70, foram tão tensos e cheios de animosidade, que, entre outros motivos, acabaram levando os dois países a uma guerra de verdade, a chamada Guerra do Futebol. Outra batalha campal foi entre Brasil x Chile pelas eliminatórias para a Copa'90 (detalhes), que culminou com toda a farsa armada por Rojas e Cia. no episódio da fogueteira do Maracanã.

Houve também o maior drama de todos, vivido pela seleção de Zâmbia em 1993. Com um bom time e grandes chances de classificação, o avião que levava a seleção para uma partida da eliminatória caiu na costa do Gabão, matando toda a comissão técnica e jogadores. Mesmo assim, com um novo time formado às pressas, Zambia quase foi ao mundial de 94, perdendo a vaga na última rodada para o Marrocos.

E algumas seleções foram eliminadas de forma inacreditável. A França precisava de apenas um empate para garantir a vaga para a Copa de 94 com duas rodadas de antecipação, e faria os dois jogos em casa, contra Israel e Bulgária. Vencia Israel por 2 x 1, mas permitiu a virada no final do jogo. Contra a Bulgária, nova chance, e os franceses saíram na frente, mas cederam o empate. E inacreditavelmente, faltando 10 segundos para o fim do jogo, tomaram o gol que os tirou da Copa.

França x Israel




França x Bulgária




Já o jogo entre Arábia Saudita x Bahrein, em 2009, foi de arrepiar. Precisando da vitória, os sauditas pressionavam, jogando em casa, e conseguiram um gol aos 45 do segundo tempo, para alívio de sua torcida, que já comemorava a classificação para uma repescagem, quando os barenitas conseguem um empate relâmpago, eliminando os atônitos árabes.

Arábia Saudita x Bahrein (últimos 4 minutos de jogo)




14. Compartilhando agulha (1954)

A Alemanha de 1954 foi o único time totalmente composto por amadores  a vencer uma Copa do Mundo, isto porque naquela época, com o país ainda convalescendo da 2ª Guerra Mundial, não havia futebol profissional. Mesmo assim, e mesmo tendo levado uma goleada de 8 x 3 da Hungria na primeira fase, conseguiram bater os favoritíssimos húngaros na final, que foi batizada de “O Milagre de Berna”.

Misteriosamente, após a Copa houve um surto de icterícia entre os jogadores alemães. Um documentário de 2004 alega que os jogadores receberam injeções de alguma substância, através de uma agulha roubada de um médico soviético. Provavelmente espalhou-se uma hepatite entre eles.


15. Um dia de cão (1962)

No jogo entre Brasil x Inglaterra pela Copa de 62, a partida foi interrompida pela entrada de um cachorro no gramado. E o cachorro ousou, porque conseguiu fugir de vários jogadores que tentaram pegá-lo. Ironicamente, Garrincha, exímio driblador, levou um baile do cachorro. Coube ao inglês Jimmy Greaves ludibriar o bicho e pegá-lo. Diz a lenda que o cachorro urinou na camisa de Greaves ao ser retirado, e Garrincha não perdoou o inglês na gozação.





16. “Comendo” os adversários (1962)

Uma das estratégias da comissão técnica chilena em 62 era servir uma refeição temática de acordo com o adversário na Copa. Assim, comeram queijo gruyere ao enfrentar a Suíça, espaguete contra a Itália… e tudo parecia dar certo. Mas o café, apesar de estimulante, não funcionou ao enfrentarem o Brasil na semifinal.


17. Brilha o Diamante Negro (1938)

Na estreia do Brasil na Copa de 1938, Brasil e Polônia travaram um duelo recheado de gols, com o tempo normal terminando num empate de 4 x 4. Na prorrogação, brilhou a estrela de Leônidas da Silva, com um gol no mínimo curioso. Sua chuteira havia estourado, e como naquele tempo não era permitido substituir atletas, Leonidas continuou em campo descalço, enquanto consertavam sua chuteira.

Em determinado momento, a bola sobrou para Leonidas que bateu de pé descalço  mesmo, fazendo mais um gol para o Brasil, que no final das contas venceu por 6 x 5. Em decisão muito controversa, o técnico Adhemar Pimenta deixou Leônidas de fora da semifinal contra a Itália, que o Brasil acabou perdendo. Muitos juram que, com ele em campo, a história teria sido outra. No fim, o Diamante Negro acabou artilheiro daquela Copa.

Nota: O famoso chocolate da Lacta é, sim, uma homenagem a Leônidas.


18. Os gols mais valiosos da história (1990)

Você já ouviu falar de Ali Thani Jumaa e Khalid Ismail Mubarak? Muito se comenta de grandes gols da história das copas, mas provavelmente os dois gols que esses dois jogadores da seleção dos Emirados Árabes marcaram na Copa de 90, respectivamente contra Iugoslávia e Alemanha Ocidental, foram mais valiosos que a imensa maioria dos outros. Motivo: cada jogador recebeu, como recompensa pelos gols, um Rolls Royce novinho em folha.


19. Manda quem pode (1982)

Durante o jogo França x Kuwait, pela Copa de 82, um apito soou na arquibancada enquanto a França atacava. A defesa do Kuwait parou e Giresse marcou o gol. Após muita reclamação, o presidente da federação kuwaitiana, também um príncipe em seu país, invadiu o campo e conseguiu a anulação do gol na base do grito. Um Eurico Miranda das Arábias.



20. Tristes retornos (1958, 1966, 1994)

Seleções que tinham grandes expectativas e voltam para casa após um fiasco podem sofrer nesse triste retorno. Alguns casos são notórios. A Argentina foi eliminada após uma goleada por 6 x 1 para a Tchecoslováquia, em 1958. Ao chegar no aeroporto de Ezeiza, uma chuva de ovos podres aguardava os jogadores. Tentando fugir da mesma sina, a seleção italiana que foi à Copa de 66, e foi eliminada pela Coréia do Norte, resolveu mudar secretamente o aeroporto onde o voo da volta pousaria. Pelo visto não foi tão secreto assim, pois alguns torcedores descobriram, e os jogadores não escaparam de tomates e ovos.

Em outros casos, houve violência mesmo. A torcida camaronesa elegeu o goleiro Bell um dos culpados pela eliminação em 94, e depredou sua casa. Mas o pior mesmo aconteceu com o zagueiro Escobar, da seleção colombiana de 94. Logo após a Copa, ele foi assassinado, provavelmente por ter marcado um gol contra que acabou eliminando o país (Nota do blog: o autor do texto citou, corretamente, que o assassinato de Escobar pode ter ocorrido em virtude do gol contra, contudo não existe confirmações de que o assassinato foi premeditado devido a isso. Em um documentário levantou-se a hipótese de que tratou-se de uma briga de bar desencadeada quando algumas pessoas afrontaram o jogador pelo gol contra, porém nada premeditado).

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